O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), oficializou nesta sexta-feira (3) o estado de calamidade financeira no município. A decisão foi tomada após a identificação de restrições orçamentárias que, segundo o gestor, impossibilitam atender simultaneamente à folha de pagamento dos servidores e a serviços essenciais, como os de saúde. “Se a gente pagar as duas folhas salariais dos servidores, ficamos sem dinheiro para a Saúde e outras áreas do município”, explicou Brunini.
Para minimizar os impactos da crise, a prefeitura planeja cortar despesas, especialmente em contratos ligados à tecnologia. “Detectamos R$ 300 milhões em custos anuais que podem ser enxugados. Estamos nos esforçando para evitar atrasos nos salários e a prática de parcelamentos”, afirmou.
A medida foi contestada pelo ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), que recorreu às redes sociais para afirmar que deixou recursos disponíveis. “Entreguei R$ 33 milhões em caixa para priorizar o pagamento dos servidores. Por ser um período atípico, programei o depósito para o 5º dia útil, como prevê a Constituição”, justificou.
Abílio, entretanto, apontou desorganização financeira na transição entre gestões. Em visita ao Contorno Leste, destacou que empresas estão sem receber desde outubro e que compromissos futuros, programados até fevereiro, limitam o atual planejamento. “Nosso foco é honrar os contratos de quem segue prestando serviços ao município para garantir continuidade”, afirmou.
Os vencimentos, que tradicionalmente são pagos no fim do mês, permanecem atrasados. Enquanto Pinheiro alega que o problema decorre da falta de repasses estaduais, o novo decreto visa readequar o orçamento municipal e evitar consequências mais graves para a administração pública.
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