Ao voltar a falar sobre o enfrentamento às facções criminosas no país, em especial, em Mato Grosso, a deputada Gisela Simona (UB) disse em entrevista ao Jornal do Meio Dia, na TV Vila Real, neste final de semana, que medidas mais duras só poderão ocorrer por meio do apoio entre os poderes.
A parlamentar federal defende que é preciso dar uma resposta rápida à sociedade, mas que isto exige comprometimento e parceria dos poderes e da sociedade como um todo.
“Na verdade, acredito e defendo que o combate às facções não depende de um dos poderes, mas de todos. Acho que o Legislativo tem, em algum momento, endurecer os artigos da constituição, mas precisamos do apoio do Judiciário para dar o rigor que a lei exige e não fazer interpretação com as suas brechas como ocorre hoje”.
Vale lembrar que no interior de Mato Grosso, em Sorriso, (400 Km de Cuiabá), os dados do Observatório da Secretaria de Estado de Segurança Pública apontam que 90% dos casos de homicídio envolveram pessoas ligadas às estas organizações criminosas.
A parlamentar também voltou a apontar a possibilidade de classificar as facções criminosas como organizações terroristas - sugestão, aliás, que vem sendo defendida por alguns deputados e senadores brasileiros -, ao ainda criticar a percepção distorcida daqueles que integram estes grupos e que apontam este envolvimento como uma espécie de 'status quo'.
Para Gisela Simona, é essencial que o Judiciário aplique penas severas, para que deixe de ser visto como algo positivo, o fato de uma pessoa pertencer às estas organizações criminosas.
"Quando a gente fala de tornar as ações das facções como crimes de terrorismo seria como forma de dar uma resposta mais rápida à sociedade. Porque o que não pode haver é essa sensação de impunidade, ou ainda observar uma sensação de orgulho, por parte de algumas pessoas, em pertencer a uma facção. Assim, precisamos de um Judiciário que compreenda a necessidade de uma punição alta para quem integra estas organizações e que estes membros possam entender que estas ligações são ruins e não um troféu", concluiu.
A deputada ainda fez uma 'mea culpa' enquanto legisladora, após ser questionada se a Câmara Federal não poderia endurecer mais as leis. Frisando, contudo, que enquanto alguns artigos da Constituição não são alterados, os poderem precisam fazer a sua parte.
"Existem algumas questões da legislação que precisam ser mudadas, mas enquanto a gente não aprova, precisamos de uma correlação de forças do delegado que recebe esse cidadão, do Ministério Público para propor a ação penal, de termos um juiz tomando medidas mais severas, com condenações exemplares, de forma a intimidar que outras pessoas venham a praticar estes crime".
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