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'Ainda Estou Aqui' ganha Oscar de melhor filme internacional; mundo elogia longa brasileiro

Brasil ganha a estatueta mais cobiçada do cinema mundial

04/03/2025 às 11h20 Atualizada em 04/03/2025 às 11h28
Por: Marisa Batalha
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'Ainda Estou Aqui' ganha Oscar de melhor filme internacional; mundo elogia longa brasileiro

Na noite deste último domingo, 2 de março, o filme 'Ainda Estou Aqui', de Walter Salles, ganhou o Oscar de Melhor Filme Internacional. O Brasil - junto com Walter, Fernanda Torres, Selton Mello e toda a equipe do longa-metragem - ganharam a estatueta mais cobiçada do cinema mundial; um feito inédito para o cinema brasileiro.

Uma reportagem do site da revista Variety destacou em sua manchete: "Oscars ignorados e surpresas: [a atriz] Mikey Madison ganha, Ainda Estou Aqui choca e [a compositora] Diane Warren tem 16ª derrota consecutiva".

A revista fez uma lista das surpresas do Oscar.

Sobre o filme brasileiro, a revista escreveu: "Dadas as 13 indicações que Emilia Pérez teve contra as três indicações para Ainda Estou Aqui, parecia estatisticamente provável que o primeiro levaria a estatueta de longa internacional. Mas para a alegria do Brasil, Ainda Estou Aqui prevaleceu."

A revista americana People também destacou em uma reportagem a vitória do filme brasileiro como surpresa: "O brasileiro Ainda Estou Aqui supera o francês Emilia Pérez e ganha o prêmio de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025".

"Ainda Estou Aqui recebeu três indicações ao Oscar; além de Melhor Filme Internacional, o filme também foi indicado na categoria Melhor Filme e a atriz principal Fernanda Torres foi indicada para Melhor Atriz. A campanha de premiação de Torres ganhou força depois que ela ganhou um Globo de Ouro de melhor desempenho de atriz principal em um drama naquela cerimônia em 5 de janeiro."

Já sobre Emilia Pérez, a People escreveu:"Emilia Pérez chegou com estardalhaço ao Oscar deste ano carregando 13 indicações no total, o que foi o maior número entre todos os filmes indicados este ano. A produção francesa também ganhou a distinção de filme de língua não inglesa mais indicado na história do Oscar, com sua enorme dúzia de indicações", escreve a revista.

"A campanha de premiação do filme foi alvo de intenso escrutínio em janeiro e fevereiro, depois que jornalistas descobriram as polêmicas postagens de Gascón nas redes sociais, levando a atriz a não comparecer a outras grandes premiações nas quais foi indicada antes do Oscar."

A Hollywood Reporter, outra publicação especializada em entretenimento, destacou a "noite encantadora" de Fernanda Torres no Oscar.

"Torres não levou para casa o Oscar de melhor atriz, embora Ainda Estou Aqui tenha ganhado na categoria de melhor longa-metragem internacional. No tapete antes da cerimônia, ela deslumbrou em um vestido Chanel, consolidando sua qualidade de estrela na grande noite."

A Hollywood Reporter afirmou que Fernanda Torres era considerada um azarão na disputa do Oscar de Melhor Atriz.

"Mas, de muitas maneiras, Torres e seus colaboradores em Ainda Estou Aqui já haviam conquistado um prêmio muito maior, já que o filme, um sucesso de bilheteria no Brasil e baseado em uma dolorosa história real, provocou um acerto de contas nacional com o passado autoritário e o presente próximo do país."

O Hollywood Reporter também destacou o discurso de Walter Salles na premiação.

"O diretor Walter Salles deu créditos à mulher que inspirou o filme — Eunice Paiva — e às mulheres que lhe deram vida, a dupla de filhas e mãe Fernanda Torres e Fernanda Montenegro."

Os jornais Guardian e New York Times também destacaram a homenagem de Walter Salles a Eunice Paiva, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro.

"Dirigido por Walter Salles, o filme foi um sucesso de bilheteria no Brasil, onde muitos lembram do legado da ditadura militar, que durou de 1964 a 1985", escreveu o New York Times.

A agência de notícias Associated Press distribuiu um texto com a repercussão do prêmio no Brasil.

A AP destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou que esse era um momento para se ter ainda mais orgulho de ser brasileiro, e que no Sambódromo do Rio de Janeiro, onde acontecem os desfiles de Carnaval, "o locutor compartilhou os resultados com dezenas de milhares de espectadores na multidão, arrancando gritos de alegria".

A revista Time destacou o Oscar para o filme brasileiro em um artigo que lista vários fatos inéditos da premiação de 2025 — como o filme Flow, que foi o primeiro filme da Letônia a ganhar um Oscar, ou a atriz Zoe Saldaña, que foi a primeira atriz de origem dominicana premiada.

"Após cinco indicações anteriores, o Brasil finalmente conquistou o Oscar de melhor longa-metragem internacional com Ainda Estou Aqui", escreve a Time. "Os fãs brasileiros se uniram em torno do filme e de sua representação de resiliência diante da opressão. A estrela Fernanda Torres também concorreu ao prêmio de Melhor Atriz esta noite, embora Mikey Madison tenha vencido nessa categoria."

Antes da premiação, alguns sites haviam elogiado o filme e defendido que ele fosse premiado não só como melhor filme internacional, mas também na categoria principal do Oscar, na qual era um dos dez candidatos.

"O candidato mais urgente do ano para melhor filme é aquele que quase ninguém viu", escreveu o site Slate.

"Entre os 10 indicados para Melhor Filme, há vários com pretensão de relevância contemporânea, alguns mais do que outros", escreve o site.

"Mas nenhum parece tão urgente, tão essencial quanto Ainda Estou Aqui, ou tem uma performance em seu centro tão elementarmente poderosa quanto a de Fernanda Torres."

Antes da premiação, o jornal britânico Guardian também destacou em um artigo escrito por seu correspondente no Brasil: "Por que Ainda Estou Aqui deveria ganhar o Oscar de melhor filme".

"O retrato íntimo de Salles sobre as consequências emocionais da insanidade tem ecos assustadores nas manchetes de hoje, enquanto homens venezuelanos são levados para a Baía de Guantánamo para agradar a base eleitoral de Donald Trump, e as tropas de Vladimir Putin destroem as vidas de inúmeras famílias na Ucrânia", afirma o artigo.

"Ainda Estou Aqui é um filme para os tempos cruéis e inquietantes que mais uma vez varrem o globo. Se algum filme merece o Oscar de 2025, é este."

Já o jornal New York Times havia destacado antes da premiação que esta seria a oportunidade para a cultura brasileira ser reconhecida internacionalmente, depois de ser ignorada por tanto tempo.

"Torres já era muito famosa no Brasil, mas agora ela se tornou a estrela nacional do momento por alcançar algo que há muito tempo não era atingido pela maioria de seus pares e antecessores aqui: reconhecimento internacional", escreve o jornal.

"Por gerações, o Brasil deu origem a uma vasta e vibrante tapeçaria de arte, música, literatura e cinema — alguns deles magistrais e muitos deles profundamente originais — que foram amplamente celebrados dentro desta imensa nação e pouco conhecidos fora dela." (Fontes: revista Variety/BBC/ Agência Brasil)

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